domingo, 17 de janeiro de 2016

As coisas antigas . . . . . estão voltando

Começar alguma coisa não é difícil. O difícil é continuar aquilo que se iniciou. Quando se começa um regime, por exemplo, no início a abstinência da ingestão de massas, de uma picanha suculenta com aquela gordurinha, ou de refrigerante não é penosa, porque é o início. Passadas algumas semanas, ou mesmo dias, muitos não aguentam continuar, e voltam a se alimentar com comidas calóricas, até mais que antes.

Esse exemplo nos ajuda a entender a nossa vida como cristãos. No início da carreira cristã, a devoção e a prática da piedade estão à flor da pele, porém com o passar do tempo, vamos perdendo o vigor do primeiro amor, esfriando o relacionamento com Deus, e, na maioria dos casos, acontece a volta à prática de pecados, oriundos da velha natureza, o que é lamentável.

A falta de perseverança na intimidade com o Senhor gera o retorno à prática de ações que outrora fazíamos (velho homem). Dentre uma gama de ações pecaminosas praticadas pelo cristão após a regeneração em decorrência do afastamento para com Deus, podemos citar, por exemplo, o retorno a vícios, a “curtir” músicas seculares, a frequentar locais inapropriados para um filho de Deus, a falar palavras torpes (palavrões), a ser briguento, a ser mesquinho e avarento, a dar mais valor aos ímpios do que aos irmãos em Cristo (família da fé – ver Gálatas 6.6-10), etc.

Mas, graças a Deus pelas Escrituras, que é poderosa para salvar as nossas almas e que é apta a discernir nossas intenções impuras e corrigir nosso coração rebelde.

Então, veja o que o apóstolo Pedro nos exorta sobre o assunto: “Portanto, se, depois de terem escapado das contaminações do mundo mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o primeiro. Pois melhor lhes fora nunca tivessem conhecido o caminho da justiça do que, após conhecê-lo, volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado. Com eles aconteceu o que diz certo adágio verdadeiro: O cão voltou ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal.” (2 Pedro 2.20-22). Ficar vermelho de vergonha é pouco diante desta disciplina do Senhor. Devemos nos lançar de joelhos e suplicar a Deus por um coração verdadeiramente arrependido, e que Ele tenha misericórdia das nossas vidas obstinadas.

Em Efésios 4.20-24 Paulo utiliza dois verbos interessantes: “despojar” = desvencilhar, desprender, abandonar; e “revestir” = vestir nova vestimenta. Aqui, Paulo mostra que nós éramos de um jeito, e fomos transformados: “Mas não foi assim que aprendestes a Cristo, se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus, no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.” (Efésios 4.20-24).

Portanto, se somos nova criatura em Cristo Jesus, nosso modo de viver deve ser diferente, agradável ao Senhor, não a nós mesmos. “Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade), provando sempre o que é agradável ao Senhor.” (Efésios 5.8-10). “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (2 Coríntios 5.17).

Graças a Deus que Ele é misericordioso, e ainda nos dá uma oportunidade para fazermos morrer a nossa natureza terrena (velho homem), e nos deixou exemplos de que é possível perseverar até o fim, por meio da nova vida em Cristo Jesus. Meditemos no texto abaixo e supliquemos graça ao Senhor para que não voltemos às práticas de outrora, sutilmente imperceptíveis fora da luz da Palavra e da comunhão com Deus.

“Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Filipenses 3.12-14)

Rodrigo Cesar Nogueira

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