domingo, 31 de janeiro de 2016

Peco, não nego; confesso quando puder

O arrependimento não está em nossas mãos, a fim de agendarmos dia e hora para abandonarmos práticas pecaminosas. Eu não posso brincar no caminho do pecado, achando que em qualquer momento de minha vida eu possa declarar: "Agora vou parar com esse pecado, agora vou me arrepender".

A mensagem bíblica sempre foi proclamada em caráter de urgência. Nada do que Deus deixou escrito é para amanhã. Deve haver prontidão para obediência e para arrependimento. Não devemos ficar indiferentes quanto à urgência de arrependimento.

Isso porque a procrastinação é um pecado que trava demais a vida dos filhos de Deus. É deixar para amanhã o que as Escrituras têm mostrado para se arrepender hoje.

Aí, vamos projetando momentos futuros de arrependimento, que poderão não chegar. Tal dia vou rever meus conceitos, então tomarei vergonha na cara e mudarei de atitude. Vou parar de fazer isso depois que eu me casar, ou depois que eu me formar, depois que eu tiver filhos, depois que eu estiver mais velho, ou quando essa prática começar a afetar minha saúde. Achamos que o controle do tempo está ao nosso arbítrio.

Spurgeon dizia que "ser lento em guardar os mandamentos do Senhor é o mesmo que transgredi-los."

Quando Deus revela nossos pecados, não devemos deixar para depois, achando que não seja urgente o tratamento do pecado.

Vamos suplicar ao Senhor para que Ele, por Sua bondade, nos conduza ao arrependimento, rompendo com os grilhões de sermos escravos do amanhã. HOJE é o dia de arrependimento. O amanhã não nos pertence.

"Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como foi na provocação." (Hebreus 3.15)

Rodrigo Cesar Nogueira

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

O Dia do Juízo

O que você sentiria ao tomar conhecimento de que se submeterá a um julgamento? Ou qual a sensação em saber que irá passar por uma avaliação minuciosa, em qualquer área de sua vida? Por exemplo, uma pessoa que possui um carro, tomará todas as medidas necessárias para deixá-lo apto à aprovação quando da vistoria no Detran. Um comerciante deixa os livros contábeis em dia para quando o fisco for fazer a averiguação tributária.

Agora, qual é o seu sentimento ao ser notificado sobre esta verdade: “Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.” (II Coríntios 5.10)

Com seriedade e justiça infinitamente superiores aos julgamentos deste mundo, o apóstolo Paulo nos notifica que há um dia, o Dia do Juízo, no qual todos nós seremos julgados por Jesus Cristo, pelo que tivermos feito, aqui nesta vida, por meio do nosso corpo, individualmente.

João também testificou nesse sentido: “Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros.” (Apocalipse 20.12)

Então, vejamos alguns pontos relacionados ao nosso corpo que serão julgados naquele inaudito Dia:

- PENSAR: tudo o que pensarmos nesta vida será objeto de julgamento quando estivermos, um por um, perante o tribunal de Cristo. “O Senhor conhece os pensamentos do homem, que são pensamentos vãos.” (Salmo 94.11). Assim sendo, “Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra” (Colossenses 3.2) e, como Paulo, “Por isso, também me esforço por ter sempre consciência pura diante de Deus e dos homens.” (Atos 24.16);

OLHAR: devemos, igualmente, estar atentos para onde olhamos, pois os olhos são a porta de entrada de grande parte daquilo que ocupa nossa mente. “São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!” (Mateus 6.22 e 23). Veja que exemplo Jó deixou aos homens: “Fiz aliança com meus olhos; como, pois, os fixaria eu numa donzela?” (Jó 31.1);

- FALAR: com o mesmo rigor e justiça seremos julgados pelo que falarmos. Jesus nos deixou em sua Palavra esta advertência: “Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado.” (Mateus 12. 36 e 37) Que verdade completa e robusta em si mesma! Desta forma, “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem.” (Efésios 4.29).

Estamos, portanto, cientes de que haveremos, sem escapatória, de passar pelo tribunal de Cristo, para que recebamos o galardão de acordo com o que pensamos, olhamos, falamos, agimos, pegamos, andamos, etc, por meio deste corpo mortal. Jesus Cristo está voltando, e o que nos cabe é vivermos em constante SANTIFICAÇÃO, para a glória Dele, e para a nossa salvação! Amém!

“Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se. E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras.” (Apocalipse 22.11 e 12)

Rodrigo Cesar Nogueira

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

CONHECER DEUS EM CRISTO JESUS

Spurgeon assevera que “o estudo correto do eleito de Deus, é Deus. O estudo apropriado do cristão é a Divindade. A mais alta ciência, a mais elevada especulação, a mais poderosa filosofia que possa prender a atenção de um filho de Deus é o nome, a natureza, a pessoa, a obra, as ações e a existência do Grande Deus, a quem chamamos de Pai."

Nesse sentido, a única maneira de conhecermos a Deus e compreendermos a magnitude de Seu caráter é através de Jesus Cristo. “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” “Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.”  (João 1.14 e 18).

O próprio Senhor Jesus afirma que não há distinção entre o Pai e Ele. “Eu e o Pai somos um.” (João 10.30). Assim, quem conhece a Jesus conhece o Pai que O enviou. “Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto.” (João 14.7).

Por tratar-se de um assunto tão vasto, nossos pensamentos se perdem nessa imensidão que é o Ser de Deus. Todavia, Jesus sana as dúvidas que muitas vezes surgem nos corações dos cristãos por causa da incredulidade, como ocorreu com Filipe. “Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (João 14.9).

À medida que formos pedindo graça ao Senhor para abrir nosso entendimento e se revelar a nós por meio da sua Palavra e revelação do Espírito Santo, ficamos maravilhados ao contemplar a grandiosidade do caráter de Deus revelado em Cristo Jesus. Nessa atmosfera de comunhão passamos a exclamar: Nasci ontem, e nada sei! “Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo.” (2 Coríntios 4.6).

Desta forma, os cristãos necessitam conhecer mais e mais a Cristo Jesus, com firme determinação e perseverança. Paulo usa a expressão “sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus” para expressar o quão fundamental e nobre é para os cristãos conhecer incansavelmente o Senhor Jesus. “Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo” (Filipenses 3.8).

Tal atitude faz abrir nossas mentes tacanhas e nos liberta de estarmos cabisbaixos olhando para este “galinheiro”. Como disse Spurgeon, “o melhor estudo para expandir a alma é a ciência de Cristo e este crucificado, e o conhecimento da Divindade na gloriosa Trindade. Nada alargará mais o intelecto, nada expandirá mais a alma do homem do que a investigação dedicada, ansiosa e contínua do grande tema da Divindade.”

Portanto, fica esta reflexão a todos que querem viver piedosamente, deixando de desperdiçar o tempo com os cuidados desta vida, “antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno.” (2 Pedro 3.18). Isso é ser próspero para Deus.
             
RODRIGO CESAR NOGUEIRA

sábado, 23 de janeiro de 2016

CONFESSANDO O PRÓPRIO PECADO

“se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.” – 2 Crônicas 7.14


O ser humano tem uma facilidade em transferir ou justificar suas próprias falhas, em não assumir e trazer para si a responsabilidade por certo pecado cometido.

Muitas vezes queremos brincar de esconde-esconde com o Senhor (“esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim.” – Gênesis 3.8), ou transferimos para outrem a culpa pelas nossas transgressões (“Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi. Disse o Senhor Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.” – Gênesis 3.12 e 13).

Embora infantilmente tentemos nos esconder de Deus, adiando nossa confissão, o Senhor sabe de todas as coisas, “pois sondas a mente e o coração, ó justo Deus.” (Salmo 7.9); “Ai dos que escondem profundamente o seu propósito do Senhor, e as suas próprias obras fazem às escuras, e dizem: Quem nos vê? Quem nos conhece? Que perversidade a vossa! Como se o oleiro fosse igual ao barro, e a obra dissesse do seu artífice: Ele não me fez; e a coisa feita dissesse do seu oleiro: Ele nada sabe.” – Isaías 29.15 e 16.

Ao agirmos desta forma, o Senhor se desagrada sobremaneira do nosso proceder, mais e mais nosso pecado vai se tornando exposto, e nossa vida se afunda em um poço de amargura. “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio.” – Salmo 32.3 e 4.

Porém, o que o Senhor requer dos seus filhos é uma confissão espontânea, rasgando o coração para Ele, colocando para fora em arrependimento tudo o que está em desacordo com a Sua Palavra. Davi foi um exemplo de coragem em confessar e assumir a culpa pelos seus pecados: “Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado.” – Salmo 32.5.

A bondade do Senhor conduziu Davi ao arrependimento, e ele não perdeu a oportunidade de confessar irrestritamente seu pecado, para se ver perdoado por Deus. Davi não se escondeu do Senhor, tampouco se justificou do seu pecado, dizendo: “Eu pequei porque o fulano me fez isso e isso...” ou “É verdade, estou errado, MAS...”

Davi andou na luz com Deus e confessou: “Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mau perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar.” – Salmo 51.4.

A Bíblia nos ensina também a confessarmos os nossos pecados uns aos outros, porque esse é o caminho da cura. “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” – Tiago 5.16. Importante, então, procurar uma pessoa de confiança e confessar-lhe o pecado cometido, colocando em prática este princípio de Deus.

Assim, se quisermos viver uma vida como um bem-aventurado (verdadeiramente feliz), corramos para assumir nossos pecados e confessá-los diante de Deus, pedindo-Lhe perdão, e alcançaremos o perdão do Senhor, porque nosso Deus é misericordioso e perdoador.

“Assiste-nos, ó Deus e Salvador nosso, pela glória do teu nome; livra-nos e perdoa-nos os pecados, por amor do teu nome.” – Salmo 79.9.

Rodrigo Cesar Nogueira

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

AS DOUTRINAS DA GRAÇA

(Baseado no livro “Uma jornada na Graça” – Richard P. Belcher, e estudo correlato)


Devido à grande influência de João Calvino na Europa do séc. XVI, as doutrinas do reformador de Genebra – como Calvino era conhecido – foram chamadas de calvinistas, somadas aos outros sistemas teológicos bíblicos reafirmados por Martinho Lutero, Ulrico Zwínglio, John Knox, entre outros, formam o que é conhecido entre nós: “a visão reformada”.

O calvinismo foi apresentado pelo Sínodo de Dort em 1619 como sendo a doutrina da salvação contida nas Escrituras Sagradas. É o sistema apresentado na Confissão de Fé de Westminster e em todas as confissões reformadas. Na época do Sínodo de Dort foi formulado em cinco pontos (em resposta aos cinco pontos submetidos pelos arminianos) e têm sido, desde então, conhecido como os cinco pontos do calvinismo, os quais estão intimamente ligados e interdependes.

Há um acróstico que sintetiza os cinco pontos do calvinismo (T-U-L-I-P). Passemos a analisar cada um deles, fundamentados biblicamente:

Total Depravação: o homem, na queda, tornou-se completamente incapaz em si mesmo, quer para desejar a Deus, quer para servi-Lo, quer para conhecê-Lo, quer para buscá-Lo, a menos que Deus o capacite. A Bíblia ensina que o homem é absolutamente incapaz no que diz respeito às coisas espirituais, e que o homem não deseja nem busca a Deus, a menos que Deus o busque e o capacite. Base bíblica: Rom. 3.10-12“como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.” Ef. 2.1-3“Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais.”

Uma Eleição Incondicional: Deus escolheu um povo (os eleitos) antes da fundação do mundo para ser exclusivamente Seu. Essa escolha ocorreu não devido a qualquer condição ou qualquer estado do homem, conhecido ou previsto por Deus, e sim baseada tão-somente na soberana vontade de Deus, realçando ainda mais Sua justiça. Base bíblica: Ef. 1.4-7“assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça”  Ef. 2.8 e 9“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.”

Limitada Expiação: a morte de Cristo Jesus tem o propósito de garantir a salvação dos eleitos. Portanto, a expiação limitada diz que, embora a morte de Cristo, em seu poder, seja suficiente para todos os homens, ela é, em seu propósito, eficaz apenas para os eleitos. Base bíblica: João 5.21“Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a quem quer.”  Tito 2.14“o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras.”

Irresistível Graça: o Soberano Deus chama, de maneira irresistível, para Si mesmo, todos os eleitos, através da pregação do Evangelho de Cristo Jesus. E, por meio deste chamado, o decreto da eleição se cumpre, e o propósito particular da expiação pela morte de Cristo se realiza. Base bíblica: João 6.37 “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.”  Atos 13.48“Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna.”

Perseverança dos Santos: os eleitos continuarão no caminho da salvação (por serem eles o objeto do eterno decreto da eleição e por serem eles o objeto da expiação realizada por Cristo), visto que o mesmo poder de Deus que os salvou os preservará e os santificará até o final. Base bíblica: Mat. 24.13 “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo.” Fil. 1.5 “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus.”

Concluímos, então, que a essência das Doutrinas da Graça é a soberania de Deus (enfoque teológico) e a depravação total do homem (enfoque antropológico), fundamentada na doutrina bíblica do soberano, eterno, imutável, incondicional e eficaz propósito do nosso Deus Todo-Poderoso.

Rodrigo Cesar Nogueira

domingo, 17 de janeiro de 2016

As coisas antigas . . . . . estão voltando

Começar alguma coisa não é difícil. O difícil é continuar aquilo que se iniciou. Quando se começa um regime, por exemplo, no início a abstinência da ingestão de massas, de uma picanha suculenta com aquela gordurinha, ou de refrigerante não é penosa, porque é o início. Passadas algumas semanas, ou mesmo dias, muitos não aguentam continuar, e voltam a se alimentar com comidas calóricas, até mais que antes.

Esse exemplo nos ajuda a entender a nossa vida como cristãos. No início da carreira cristã, a devoção e a prática da piedade estão à flor da pele, porém com o passar do tempo, vamos perdendo o vigor do primeiro amor, esfriando o relacionamento com Deus, e, na maioria dos casos, acontece a volta à prática de pecados, oriundos da velha natureza, o que é lamentável.

A falta de perseverança na intimidade com o Senhor gera o retorno à prática de ações que outrora fazíamos (velho homem). Dentre uma gama de ações pecaminosas praticadas pelo cristão após a regeneração em decorrência do afastamento para com Deus, podemos citar, por exemplo, o retorno a vícios, a “curtir” músicas seculares, a frequentar locais inapropriados para um filho de Deus, a falar palavras torpes (palavrões), a ser briguento, a ser mesquinho e avarento, a dar mais valor aos ímpios do que aos irmãos em Cristo (família da fé – ver Gálatas 6.6-10), etc.

Mas, graças a Deus pelas Escrituras, que é poderosa para salvar as nossas almas e que é apta a discernir nossas intenções impuras e corrigir nosso coração rebelde.

Então, veja o que o apóstolo Pedro nos exorta sobre o assunto: “Portanto, se, depois de terem escapado das contaminações do mundo mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o primeiro. Pois melhor lhes fora nunca tivessem conhecido o caminho da justiça do que, após conhecê-lo, volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado. Com eles aconteceu o que diz certo adágio verdadeiro: O cão voltou ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal.” (2 Pedro 2.20-22). Ficar vermelho de vergonha é pouco diante desta disciplina do Senhor. Devemos nos lançar de joelhos e suplicar a Deus por um coração verdadeiramente arrependido, e que Ele tenha misericórdia das nossas vidas obstinadas.

Em Efésios 4.20-24 Paulo utiliza dois verbos interessantes: “despojar” = desvencilhar, desprender, abandonar; e “revestir” = vestir nova vestimenta. Aqui, Paulo mostra que nós éramos de um jeito, e fomos transformados: “Mas não foi assim que aprendestes a Cristo, se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus, no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.” (Efésios 4.20-24).

Portanto, se somos nova criatura em Cristo Jesus, nosso modo de viver deve ser diferente, agradável ao Senhor, não a nós mesmos. “Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade), provando sempre o que é agradável ao Senhor.” (Efésios 5.8-10). “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (2 Coríntios 5.17).

Graças a Deus que Ele é misericordioso, e ainda nos dá uma oportunidade para fazermos morrer a nossa natureza terrena (velho homem), e nos deixou exemplos de que é possível perseverar até o fim, por meio da nova vida em Cristo Jesus. Meditemos no texto abaixo e supliquemos graça ao Senhor para que não voltemos às práticas de outrora, sutilmente imperceptíveis fora da luz da Palavra e da comunhão com Deus.

“Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Filipenses 3.12-14)

Rodrigo Cesar Nogueira

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Meu Deus, tô sem "zapzap"!

No dia 16 de dezembro de 2015, o Brasil quase que em sua totalidade ficou em polvorosa. É que foi determinado judicialmente o bloqueio, em âmbito nacional, do aplicativo WhatsApp por 48 horas, a partir da 0h do dia 17 daquele mês.

Confesso que fiquei um tanto apreensivo ao verificar que, de fato, meu "zap" estava inativo. E agora? Num primeiro momento, pareceu-me que só existia aquela maneira no mundo de me comunicar com minha esposa, de contatar e trocar informações com irmãos da igreja, ou de realizar alguma tarefa comunicativa nos meus afazeres do trabalho.

Depois de uns dias, refletindo sobre o acontecido, notei que eu, e uma quantidade inumerável de pessoas (basta ver os comentários nas redes sociais sobre "memes" viralizadas acerca do bloqueio do "whats") havia criado uma certa dependência desse aplicativo.

Mas, indago, e se um dia acontecesse de Deus "se bloquear"? Se Ele decidisse não mais dispensar sua graça comum? E mais, se Ele retivesse sua autorrevelação bíblica e cessasse a comunhão com seus eleitos? Ah, meu amado leitor, não consigo exprimir em uma só palavra qual seria nosso fim.

Diante disso, concluímos que podemos viver sem diversas coisas que nos são oferecidas neste mundo. Todavia, NÃO PODEMOS VIVER UM SEGUNDO SEQUER SEM DEUS! Segundo as palavras do apóstolo Paulo, "...nele vivemos, e nos movemos, e existimos..." (Atos 17.28).

Que busquemos, com a graça de Deus, aquilo que Asafe vivenciou, revelado no verso 25 do Salmo 73:

"Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra."

Rodrigo Cesar Nogueira

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

A Soberania de Deus e os Projetos Humanos

Toda pessoa faz planos e projetos para a vida, os mais variados, sobretudo quando se inicia um novo ano. Porém, os cristãos não podem se esquecer de algo importantíssimo: Deus é Soberano.

Fazer planos e projetos não é pecado. Aliás, planejei nos últimos meses do ano passado elaborar este blog. Mas, por exemplo, se eu viver sobrecarregado com os meus projetos e mergulhado na ansiedade da expectativa do bom êxito dos meus planos, não colocando o Senhor em primeiro lugar em minha vida e não dependendo Dele, aí estarei pecando.

“O coração do homem traça o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos.” (Provérbios 16.9)

“Muitos propósitos há no coração do homem, mas o desígnio do Senhor permanecerá.” (Provérbios 19.21)

O domínio de Deus é total. Ele determina como Ele mesmo escolhe e realiza tudo o que determina, e nada pode deter seu propósito ou frustrar os seus planos. Os projetos humanos são falíveis e muitas vezes se frustram. Ao passo que os desígnios de Deus são inalteráveis. Fui muito ajudado e fortalecido quando li o livro "Tomando decisões segundo a vontade de Deus", escrito pelo querido irmão Heber Campos Jr. (Ed. Fiel).

“Então, respondeu Jó ao Senhor: Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado.” (Jó 42.1 e 2)

Assim, o que devemos fazer é orar ao Senhor, lançar sobre Ele toda a nossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de nós (I Pedro 5.7), e crer que o amanhã pertence a Deus, e Ele nos ama e sempre quer o melhor para nós.

Que façamos como nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo nos ensina em sua Palavra: “Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? (...) Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.” (Mateus 6.27, 31-34)

Rodrigo Cesar Nogueira

sábado, 2 de janeiro de 2016

Algo jamais mudará, ano após ano: A BÍBLIA


Existe, no meio evangélico contemporâneo, a infeliz tendência de se pulverizar a autoridade e o poder da Palavra de Deus, à qual se atribui ínfimo valor, não a considerando como a regra inerrante da vida cristã, substituindo-a por outros métodos inconsistentes, muitas vezes mundanos, para entreter e massagear a vontade do homem.

Vezes sem conta a Bíblia é esquecida na estante, somente sendo lembrada no dia de culto, por aqueles “crentes” que imaginam ter uma vida espiritual bem nutrida apenas lendo esporadicamente a Palavra de Deus.

Todavia, não nos esqueçamos: ninguém conheceria a verdade sobre Deus, ou poderia se relacionar com Ele, se Ele não tivesse agido primeiro para se fazer conhecido, isso através dos sessenta e seis livros da Bíblia, os quais expressam indubitavelmente a auto-revelação de Deus. E a maior prova de que a Bíblia deriva de Deus vem do próprio Jesus Cristo e seus apóstolos. O Deus encarnado, Jesus, reconheceu a instrução escrita do Pai celestial e lançou mão das Escrituras para combater a satanás (Mateus 4:1-11). Ademais, Cristo Jesus declarou a autoridade da Lei de Deus, quando manifestou expressamente Sua total obediência a ela (“...vim para cumprir.” – Mateus 5:17-19).

Outra notória manifestação do poder e da autoridade da Palavra de Deus é encontrada na criação do universo. Com a Sua palavra, o Deus Criador fez e mantém todas as coisas (“Disse Deus...” – Gênesis 1, Salmo 33:6, 9).

A compreensão acerca do nosso Deus, bem como a conduta humana devem ser medidas, testadas, e muitas vezes corrigidas por meio da Bíblia, tendo-a como padrão de referência, pois ela é a verdade (João 17:17). Aliás, quando se fala em autoridade das Escrituras, devemos ter em mente que ela é o meio que Deus escolheu para exercer o Seu governo sobre Seu povo, afastando o conceito distorcido de ter a Bíblia como um livro-conselho dos crentes, mas como instrumento-ordenança do senhorio de Cristo sobre a Igreja. Não é “acho que é a verdade, então opto por obedecê-la”, mas, pelo contrário, Deus ordena a verdade através da Bíblia, com isso devo cumpri-la à risca”.

Em suma, é sabido que a Bíblia foi escrita por homens, porém foi e é inspirada por Deus (II Timóteo 3:16), e é somente nela que encontramos o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Romanos 1:16), a restauração para a alma, a sabedoria para os símplices, a alegria para o coração (Salmo 19:7 e 8), lâmpada para os pés e luz para o caminho (Salmo 119:105), consolo na angústia (Salmo 119:50), e tudo mais do que nós necessitamos neste mundo tenebroso, entra ano, sai ano.

Por fim, façamos nossas as palavras do reformador Martinho Lutero, declarando que a Bíblia é plenamente completa e suficiente, dando a ela o valor que lhe é devido, tendo-a como a fonte única de revelação divina escrita, capaz de convencer-nos e mudar nossos corações relutantes, constrangendo a nossa consciência, para termos uma vida santa e piedosa nessa peregrinação rumo à vida eterna.

“Fiz uma aliança com Deus: que Deus não me mande visões, nem sonhos, nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para a que há de vir.” (Martinho Lutero)

Rodrigo Cesar Nogueira

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

"Julgai todas as coisas, retende o que é bom" 1 Ts. 5.21

Nesta postagem de abertura, esclareço que os textos que você encontrará neste blog, sobre variados assuntos, são de minha autoria, com pontos de vistas particulares, porém cuidadosamente calcado nas Escrituras Sagradas.

Caro leitor, julgue você mesmo como lhe convier, retenha o que for bom e útil para sua vida, conforme ensina J. C. Ryle em seu tratado "Retende o que é bom" (Projeto Ryle). E mais, nos moldes da exortação do apóstolo Paulo (Tito 2.6), seja você também criterioso!

Julgue o que for conceito humano meu, e se não lhe for bom e proveitoso, não retenha, descarte, delete!

Todavia, rogo a você que retenha todos os textos bíblicos aqui mencionados e transcritos, pois "as palavras do Senhor são palavras puras, prata refinada, em cadinho de barro, depurada sete vezes" (Salmo 12.6).

Para o Evangelho do Senhor Jesus Cristo não há contraindicação. A Palavra de Deus é fiel e digna de toda aceitação!

Rodrigo Cesar Nogueira