sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

SOBRE MÃES E FILHAS

“Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor; ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição.” (Ml. 4: 5 e 6)


“E irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado.” (Lc. 1: 17)


Apesar de não me sentir plenamente confortável para tratar sobre este assunto, pois não tive filhas, tenho sido tocado a falar deste tema, após observar com atenção o comportamento de minhas netinhas.

Notei o grande interesse que elas demonstram, fitando seus pais com seus olhinhos indagadores e extremamente necessitados de recíproca, esperando a atenção do papai e da mamãe, quando fazem alguma coisa, quando apresentam a eles algum desenho ou simples rabiscos, um recorte de papel, uma dobradura, uma comidinha manipulada em suas panelinhas de brinquedo, uma corrida veloz com sua bicicleta ou patins, ou simplesmente com seu par de tênis novo apoiando suas curtas e frágeis perninhas...

Todos nós sabemos que o “pai” é o primeiro homem da vida de uma menina. Ele representa para ela o tipo perfeito de homem com quem ela almeja se unir, no futuro, e viver com ele até que a morte os separe. Ele é seu “príncipe encantado” de beleza e forças sem igual, seu “super-herói protetor”, seu “rei e líder” que nunca deixará de supri-la, como também o era para a sua mamãe, nos tempos de namoro.

Mas a “mãe” é o modelo de mulher perfeita, a qual a filha deseja imitar, deseja parecer e se espelhar. A mãe tem em si, como mulher, todos os atributos, anseios, sentimentos, atitudes, estruturas física, emocional e intelectual que se encaixam perfeitamente na estrutura da filha mulher, coisa que nem papai tem. A filha vê na mãe o primeiro referencial de pessoa, em quem ela mesma deseja e vai se espelhar.

Quando a filha, através de alguma brincadeira ou tarefinha caseira, apresenta isso aos pais, ela precisa e anseia em seu coraçãozinho, o retorno atento e sincero deles. Quando o “papai” responde, demonstrando atenção, isto soa nos ouvidos e no coração da filha, mais ou menos assim: “Muito bem, filhinha! Você fez algo maravilhoso para mim, como sua mãe o faria!”

Mas, quando a “mamãe” demonstra que realmente estava presente, e atentamente observou o trabalho da filha, e lhe retorna com uma resposta, a menina ouve as seguintes palavras dos lábios doces e didáticos daquela que vai imitar por toda a sua vida: “Parabéns, meu amor! Você aprendeu direitinho com a mamãe, e estou orgulhosa de você! Eu não o faria de forma diferente!”

Por outro lado, existe a necessidade de ambos, pai e mãe, aprenderem a respeitar a individualidade da filha. Ela foi gerada por Deus para O glorificar de forma particular, para viver a vida dela, para ser um indivíduo perante Ele e o mundo que a cerca. A filha nunca será um “robô-cópia” da mãe, nem de qualquer outra pessoa. Nisso os pais precisam aprender a diferenciar aquilo que é próprio da criança, sua personalidade, seu temperamento, sua própria pessoa, daquilo que pode ser moldado através da instrução, do exemplo materno e da disciplina. Também cabe a ambos, pai e mãe, auxiliar sua filha a descobrir e desenvolver novos talentos natos dela, bem como seus gostos pessoais, que não precisam ser exatamente como os deles.

Mas, voltando ao assunto sobre “mães e filhas”, acredito que nesse tipo de atenção materna, que, na verdade, exige da mamãe muita renúncia, foco e coração aberto e paciente, é quando a estrutura da criança é fundamentada de forma bastante firme, sua autoestima torna-se positiva, e ela passa a gozar de satisfação pessoal, não necessitando exigir muitas “coisas” para sua felicidade, além de gerar boa saúde física e mental, que lhe garantirão condições de encarar e resolver de maneira satisfatória os problemas futuros da vida.

E como prêmio, a colheita da mamãe, após tão árdua, atenta, longa, mas gratificante semeadura, será uma amizade tão profunda, duradoura, honesta e prazerosa entre mãe e filha, cujos frutos se estenderão até as próximas gerações, e serão colhidos e apreciados pela mãe, através de todos os relacionamentos de sua discípula, especialmente em suas netas, sobre as quais sua filha discípula tornou-se, agora, uma ótima e sábia mestra!!! Creio que assim é coroada a carreira de uma boa esposa, mãe, dona de casa, e mestra do bem!!!

Parafraseando Salomão: 
“Filha minha, ouve o ensino que eu te dou, mas especialmente não deixes a instrução de tua mãe, pois ela será o teu referencial feminino, e lhe mostrará como agir.” (Pv. 1: 8)

“Herança do Senhor será a filha do teu ventre, mãe; ela será o teu maior prêmio e coroa. Será teu socorro e protetora, a filha da tua juventude. Você será feliz, mãe de filhas; e jamais será envergonhada por elas.” (Sl. 127: 3 a 5)

Dedico este artigo às mulheres maravilhosas e sábias de minha vida: minha amada e perfeita esposa, Valnira Nogueira; minhas noras queridas, Haiany, Juliana e Marcella Nogueira; e minha inesquecível e igualmente querida mãe, Marlene Nogueira.

Todas participaram de formas diferentes neste meu aprendizado redigido acima. À todas vocês, meus agradecimentos amorosos e eternos!!!

Newton Carlos Nogueira

(Obs.: participação especial do meu pai. Muito obrigado pai!)