sábado, 2 de janeiro de 2016

Algo jamais mudará, ano após ano: A BÍBLIA


Existe, no meio evangélico contemporâneo, a infeliz tendência de se pulverizar a autoridade e o poder da Palavra de Deus, à qual se atribui ínfimo valor, não a considerando como a regra inerrante da vida cristã, substituindo-a por outros métodos inconsistentes, muitas vezes mundanos, para entreter e massagear a vontade do homem.

Vezes sem conta a Bíblia é esquecida na estante, somente sendo lembrada no dia de culto, por aqueles “crentes” que imaginam ter uma vida espiritual bem nutrida apenas lendo esporadicamente a Palavra de Deus.

Todavia, não nos esqueçamos: ninguém conheceria a verdade sobre Deus, ou poderia se relacionar com Ele, se Ele não tivesse agido primeiro para se fazer conhecido, isso através dos sessenta e seis livros da Bíblia, os quais expressam indubitavelmente a auto-revelação de Deus. E a maior prova de que a Bíblia deriva de Deus vem do próprio Jesus Cristo e seus apóstolos. O Deus encarnado, Jesus, reconheceu a instrução escrita do Pai celestial e lançou mão das Escrituras para combater a satanás (Mateus 4:1-11). Ademais, Cristo Jesus declarou a autoridade da Lei de Deus, quando manifestou expressamente Sua total obediência a ela (“...vim para cumprir.” – Mateus 5:17-19).

Outra notória manifestação do poder e da autoridade da Palavra de Deus é encontrada na criação do universo. Com a Sua palavra, o Deus Criador fez e mantém todas as coisas (“Disse Deus...” – Gênesis 1, Salmo 33:6, 9).

A compreensão acerca do nosso Deus, bem como a conduta humana devem ser medidas, testadas, e muitas vezes corrigidas por meio da Bíblia, tendo-a como padrão de referência, pois ela é a verdade (João 17:17). Aliás, quando se fala em autoridade das Escrituras, devemos ter em mente que ela é o meio que Deus escolheu para exercer o Seu governo sobre Seu povo, afastando o conceito distorcido de ter a Bíblia como um livro-conselho dos crentes, mas como instrumento-ordenança do senhorio de Cristo sobre a Igreja. Não é “acho que é a verdade, então opto por obedecê-la”, mas, pelo contrário, Deus ordena a verdade através da Bíblia, com isso devo cumpri-la à risca”.

Em suma, é sabido que a Bíblia foi escrita por homens, porém foi e é inspirada por Deus (II Timóteo 3:16), e é somente nela que encontramos o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Romanos 1:16), a restauração para a alma, a sabedoria para os símplices, a alegria para o coração (Salmo 19:7 e 8), lâmpada para os pés e luz para o caminho (Salmo 119:105), consolo na angústia (Salmo 119:50), e tudo mais do que nós necessitamos neste mundo tenebroso, entra ano, sai ano.

Por fim, façamos nossas as palavras do reformador Martinho Lutero, declarando que a Bíblia é plenamente completa e suficiente, dando a ela o valor que lhe é devido, tendo-a como a fonte única de revelação divina escrita, capaz de convencer-nos e mudar nossos corações relutantes, constrangendo a nossa consciência, para termos uma vida santa e piedosa nessa peregrinação rumo à vida eterna.

“Fiz uma aliança com Deus: que Deus não me mande visões, nem sonhos, nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para a que há de vir.” (Martinho Lutero)

Rodrigo Cesar Nogueira

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