Existe, no meio evangélico contemporâneo, a infeliz tendência de se pulverizar a autoridade e o poder da Palavra de Deus, à qual se atribui ínfimo valor, não a considerando como a regra inerrante da vida cristã, substituindo-a por outros métodos inconsistentes, muitas vezes mundanos, para entreter e massagear a vontade do homem.
Vezes sem conta a Bíblia é esquecida na estante,
somente sendo lembrada no dia de culto, por aqueles “crentes” que imaginam ter
uma vida espiritual bem nutrida apenas lendo esporadicamente a Palavra de Deus.
Todavia, não nos esqueçamos: ninguém conheceria a verdade sobre Deus, ou poderia se relacionar com
Ele, se Ele não tivesse agido primeiro para se fazer conhecido, isso através
dos sessenta e seis livros da Bíblia, os quais expressam indubitavelmente a
auto-revelação de Deus. E a maior prova de que a Bíblia deriva de Deus vem
do próprio Jesus Cristo e seus apóstolos. O Deus encarnado, Jesus, reconheceu a
instrução escrita do Pai celestial e lançou mão das Escrituras para combater a
satanás (Mateus 4:1-11). Ademais, Cristo Jesus declarou a autoridade da Lei de
Deus, quando manifestou expressamente Sua total obediência a ela (“...vim para cumprir.” – Mateus
5:17-19).
Outra notória manifestação do poder e da autoridade da
Palavra de Deus é encontrada na criação do universo. Com a Sua palavra, o Deus
Criador fez e mantém todas as coisas (“Disse
Deus...” – Gênesis 1, Salmo 33:6, 9).
A compreensão acerca do nosso Deus, bem como a conduta
humana devem ser medidas, testadas, e muitas vezes corrigidas por meio da
Bíblia, tendo-a como padrão de referência, pois ela é a verdade (João 17:17).
Aliás, quando se fala em autoridade das Escrituras, devemos ter em mente que
ela é o meio que Deus escolheu para exercer o Seu governo sobre Seu povo,
afastando o conceito distorcido de ter a Bíblia como um livro-conselho dos
crentes, mas como instrumento-ordenança do senhorio de Cristo sobre a Igreja.
Não é “acho que é a verdade, então opto
por obedecê-la”, mas, pelo contrário, “Deus
ordena a verdade através da Bíblia, com
isso devo cumpri-la à risca”.
Em suma, é sabido que a Bíblia foi escrita por homens,
porém foi e é inspirada por Deus (II Timóteo 3:16), e é somente nela que
encontramos o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Romanos
1:16), a restauração para a alma, a sabedoria para os símplices, a alegria para
o coração (Salmo 19:7 e 8), lâmpada para os pés e luz para o caminho (Salmo
119:105), consolo na angústia (Salmo 119:50), e tudo mais do que nós necessitamos
neste mundo tenebroso, entra ano, sai ano.
Por fim, façamos nossas as palavras do reformador
Martinho Lutero, declarando que a Bíblia é plenamente completa e suficiente,
dando a ela o valor que lhe é devido, tendo-a como a fonte única de revelação
divina escrita, capaz de convencer-nos e mudar nossos corações relutantes,
constrangendo a nossa consciência, para termos uma vida santa e piedosa nessa peregrinação
rumo à vida eterna.
“Fiz uma
aliança com Deus: que Deus não me mande visões, nem sonhos, nem mesmo anjos.
Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução
abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para a que
há de vir.” (Martinho Lutero)
Rodrigo Cesar Nogueira
É VERDADE CEZÃO...AMÉM!!
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