quinta-feira, 31 de março de 2016

O SEGREDO DO CONTENTAMENTO

            Quão revigorante e animadora é a carta que Paulo escreveu aos filipenses! Um de seus temas é a verdadeira alegria: “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos.” (Fil. 4.4).
             Mas, estive pensando, em quais circunstâncias o apóstolo pode escrever sobre a alegria? Ele estava, sem dúvida, confortavelmente desfrutando das comodidades que atualmente temos, em seu escritório, com ar condicionado, uma poltrona anatômica, gozando de plena saúde e vigor físico, não é mesmo? Errado.
Após suportar adversidades como bom soldado de Cristo, que talvez nunca venhamos a passar (naufrágio, por exemplo), próximo dos seus 60 anos de idade, Paulo encontrava-se preso. Isso mesmo, preso, em regime de prisão domiciliar (Atos 28.30 e 31; Fil. 1.7, 13 e 14).
O mais surpreendente ainda é ver que o apóstolo não deu nenhum sinal de queixa e amargura por estar acorrentado a um soldado romano, em um casebre alugado por ele, talvez com ferimentos e com o físico debilitado pelas intempéries sofridas. Paulo estava contente! Vejamos: “Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome, assim de abundância como de escassez;” (Fil. 4.11 e 12).
“Aprendi” a viver contente, disse Paulo. Ele aprendeu a enfrentar as repetidas situações estressantes sem permitir que as circunstâncias ruins lhe causassem um impacto negativo. Aprendeu a viver além das circunstâncias, e estas não determinavam seu nível de contentamento e alegria. Que viver excelente!
Desejamos esta vida excelente de alegria e contentamento, porém, se parássemos por aqui, todos ficaríamos com um enorme ponto de interrogação na cabeça, perguntando-nos: Qual o segredo do contentamento? A resposta está no vers. 13 do capítulo 4 de Filipenses: “tudo posso naquele (em Cristo) que me fortalece.”
A suprema diferença estava no fato de que mediante o poder de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, foi possível Paulo enfrentar e passar pelas tribulações em verdadeiro estado de alegria e contentamento, mantendo sua satisfação no Senhor. Cristo Jesus era o alvo da vida de Paulo.
Com a graça de nosso Soberano Deus, é possível para nós vivermos contentes mesmo em meio às circunstâncias avessas. Se tivermos a Cristo como o objetivo de nossas vidas, o contentamento substitui a frustração.
 Estejamos certos de que não encontraremos o segredo do contentamento em pensamentos positivos, nem em um manual de auto-ajuda prometendo avivar nossa autoconfiança abalada. O segredo está em uma Pessoa: Jesus Cristo faz a diferença.
Somente Cristo nos ensina a suportar, mediante o Seu poder, todas as situações, todas as circunstâncias, cada desafio difícil, por mais adverso que seja.
A começar em minha vida, que possamos aprender que este é o segredo da verdadeira alegria e do pleno contentamento: Jesus Cristo!


“tudo posso naquele (em Cristo) que me fortalece.” (Fil. 4.13)

Rodrigo Cesar Nogueira

quinta-feira, 24 de março de 2016

"...não acordeis, nem desperteis o amor, até que este o queira..." (Cantares 2.7)

Em 2 Samuel 13.1-22 encontramos uma história deprimente envolvendo um rapaz e uma moça.

Amnon, filho de Davi, se apaixonou por sua meia-irmã Tamar. E, no desenvolvimento da história, acontece a tragédia: Amnon força Tamar a ter relação sexual com ele, e um estupro se consuma.

Refletindo sobre esse fato, pude ver quantos namoros entre cristãos estão sendo balizados por sentimento doentil, desconfiança, fingimento e angústia, como aconteceu com Amnon e Tamar.

É certo que Deus fez do ser humano uma criatura relacional, e apaixonar-se é naturalmente próprio do homem e da mulher. Uma das muitas lições que esse texto nos ensina é que qualquer relacionamento fora dos princípios de Deus está fadado ao insucesso, e caminhará pela trilha do sofrimento e desgosto.

É isso que a bíblia quer nos ensinar. Não acorde, desperte o amor, até que ele o queira. Vai ter um dia em seu coração moça, em seu coração rapaz, que o amor irá despertar, permeado por valores e princípios divinos, e então você exclamará: UAAAAUUU!!

Portanto: pais, ensinem e alertem seus filhos sobre o perigo de se amar e desejar tudo o mais senão a agradar a Deus; filhos, cobrem de seus pais que eles imponham limites e disciplina sobre suas vidas; amigos, exortem a se arrependerem aqueles que estão prestes a se enveredar ou já estão trilhando pelo caminho da ilusão e transitoriedade dos desejos pecaminosos.

"Os néscios são mortos por seu desvio, e aos loucos a sua impressão de bem-estar os leva à perdição. Mas o que me der ouvidos habitará seguro, tranquilo e sem temor do mal." (Provérbios 1.32-33).

Rodrigo Cesar Nogueira

quarta-feira, 23 de março de 2016

QUE DIAS SÃO ESSES?

Que dias são esses vivenciados por todos nós, brasileiros? Quanta corrupção enraizada de forma sistêmica. Quão degenerados estão os valores morais e éticos em nossa sociedade atual.

Para onde ir? A quem recorrer? Nos parece que a desesperança se irradia pelos quatro cantos de nossa nação.

Só existe um que garante, em qualquer circunstância, esperança e alegria a todos que o buscam com fé: JESUS CRISTO!

O apóstolo Pedro expressou essa maravilhosa revelação. Que este texto das Escrituras Sagradas nos aumente a esperança em Cristo, o único que pode nos tirar do império das trevas, e nos transportar para o reino eterno celestial.

"Então, perguntou Jesus aos doze: Porventura, quereis também vós outros retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus." 
João 6.67-69

sábado, 19 de março de 2016

O PODER DA LÍNGUA

  A palavra de Deus é fiel e digna de toda aceitação (I Timóteo 1.15). Diante disso, notei o quanto as Escrituras ensinam a respeito da língua e sua utilização saudável ou maldosa.
        Um dos textos que me chamou a atenção está em Provérbios 18.21, que menciona: “A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto.”
       Este versículo é claro em demonstrar que os cristãos têm duas maneiras de utilizar a língua, causando danos ou contagiando com palavras bondosas e sadias. A maneira que a utilizamos (destruindo: morte; bendizendo: vida) determinará a colheita (fruto). A pessoa que gosta de falar deve observar que caminho os efeitos de suas palavras estão tomando.
  No Novo Testamento existe um dos textos mais conhecidos a respeito da língua, enriquecendo nossa compreensão sobre o tema. Será necessário transcrevê-lo na íntegra, porque nada mais tem o poder de transformar nossas mentes e mudar nossa maneira de falar a não ser a Palavra e o Espírito Santo de Deus.

“Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo. Ora, se pomos freio na boca dos cavalos, para nos obedecerem, também lhes dirigimos o corpo inteiro. Observai, igualmente, os navios que, sendo tão grandes e batidos de rijos ventos, por um pequeníssimo leme são dirigidos para onde queira o impulso do timoneiro. Assim, também a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes coisas. Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva! Ora, a língua é fogo; é mundo de iniquidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno. Pois toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos se doma e tem sido domada pelo gênero humano; a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar, é mal incontido, carregado de veneno mortífero. Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim. Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso? Acaso, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos? Tampouco fonte de água salgada pode dar água doce.” (Tiago 3.1-12)
  Aqui, Tiago expressa a importância de considerarmos que a língua, apesar de tão pequenina, é capaz de causar grandes estragos, corrompendo todo o caráter de uma pessoa, por meio de mentiras, malícias, fofocas, calúnias, palavras malignas, etc... Os termos que Tiago utiliza são impactantes, mas é disso que nós precisamos. Veja que da mesma boca saem palavras contraditórias, porque ora dizemos que amamos e adoramos o Senhor, ora falamos mal do irmão feito à semelhança de Deus. Que loucura!!! Muitas vezes me pego dizendo a mim mesmo: se não há coisa boa para falar, morda a língua e fique quieto!!!
        Realmente, Tiago relatou a exteriorização de tudo o que existe no coração depravado do homem, conforme a brilhante lição de Jesus: “Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom ou a árvore má e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore. Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração. O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más. Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras serás condenado.” (Mateus 12.33-37)
       Desta forma, nosso coração deve estar cheio da palavra de Deus (“Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo...” – Colossenses 3.16), para que das nossas bocas saiam palavras edificantes, verdadeiras, bondosas, que transmitam graça aos que ouvem, e glorifiquem nosso Deus Soberano. “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Colossenses 3.17)
        Não se deixe enganar, não existe outra maneira de mudarmos nosso palavreado se não houver uma mudança em nossos corações pelo poder única e exclusivamente das Escrituras e do Espírito Santo.

“É uma bênção escavar e penetrar as profundezas da Bíblia até que, finalmente, chega-se a falar com o linguajar bíblico, e nosso espírito recebe o sabor característico das Palavras do Senhor, e a Escritura chega a circular no sangue, e a própria essência da Bíblia flui de nossa pessoa.” (C.H. Spurgeon)

Rodrigo Cesar Nogueira

domingo, 13 de março de 2016

TEMOS PRAZO DE VALIDADE?

"Uma voz diz: Clama; e alguém pergunta: Que hei de clamar? Toda a carne é erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do Senhor. Na verdade, o povo é erva; seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente." (Isaías 40.6-8)


Nascemos já com o relógio da vida predeterminado para desligar. Todos, indistintamente, seja homem ou mulher, rico ou pobre, possuem prazo de validade.

Em seu livro intitulado "Tempo perdido: Cuidado para não estragar sua vida", o irmão Solano Portela declara que o tempo não pode ser desperdiçado, não deve ser perdido. E mais, isso é uma realidade na vida de todos. Ele menciona que todos nós já utilizamos aquela expressão: “Perdi o meu tempo” – ao avaliarmos alguma experiência na qual julgamos que o investimento do nosso tempo, de nossa vida, não contribuiu em nada, não valeu a pena. Assim, ele conclui que essa situação revela uma equação incontestável: Tempo = Vida. Benjamin Franklin escreveu: “Tempo perdido, nunca é achado”.

Todavia, em oposição à nossa transitoriedade, o Deus Criador nos deixa algo perene, eterno, atemporal: SUA PALAVRA.

Portanto, nela reside nossa segurança. Busquemos através dela conhecer a vida eterna: conhecer a Deus e a Jesus Cristo, o único Salvador e Senhor!

"E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste." (João 17.3)


Rodrigo Cesar Nogueira

quinta-feira, 10 de março de 2016

VERDADE REAL X VERDADE PESSOAL

Falta de referencial na pós-modernidade

Vivemos na era da pós-modernidade, onde a verdade está sendo determinada por cada pessoa. O pós-modernismo levanta a bandeira da verdade pessoal ou subjetiva, afirmando que a verdade real e absoluta não existe. É como se tem dito sobre a chamada ética situacional, ou seja, uma atitude vai estar certa ou errada dependendo do contexto ou da situação, não tendo por base um padrão pré-estabelecido.
Absurdamente se declara que o que é verdade para um indivíduo nem sempre é verdade para outro, e que cada pessoa tem a sua verdade como produto da cultura momentânea. Nossos dias são semelhantes aos que antecederam à época dos reis de Israel – “Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto.” (Juízes 21.25).
O pós-modernismo está tentando levar os cristãos a terem um modo de vida pagão, estampando insistentemente que não importa se o que se faz é certo ou errado aos olhos de Deus. Se uma atitude gera “bem-estar” ou “prazer” à pessoa (ver Hebreus 11.24 e 25), logo é tida como verdade. O foco está voltado para a criatura, desprezando-se o Criador.
Uma coisa é certa: tal tendência é completamente antibíblica. Os crentes em Cristo Jesus devem ter bem claro em suas mentes que a Verdade é uma pessoa: Jesus Cristo“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14.6).
Desta certeza decorre outra, também irrefutável: a Palavra de Deus é a verdade real e absoluta – “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.” (João 17.17).
Assim, para saber se certo comportamento humano é correto ou reprovável, deve-se conferi-lo à luz da bíblia, tendo-a como o padrão pré-estabelecido por Deus para todas as épocas. Em outros termos, toda conduta humana e todos os padrões morais devem ser submetidos ao crivo da imutável Palavra de Deus – “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.” (Hebreus 4.12).
Diante deste triste quadro de falta de referencial que a humanidade vive atualmente, há uma importante tarefa para a Igreja do Senhor: proclamar e resguardar a verdade bíblica a todo custo, para que o mundo veja que a verdade real é encontrada na Igreja e sustentada pela mesma, como assevera o apóstolo Paulo: “...a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade.” (1 Timóteo 3.15).
  
"Deus só é corretamente servido quando sua lei for obedecida. Não se deixa a cada um a liberdade de codificar um sistema de religião ao sabor de sua própria inclinação, senão que o padrão de piedade deve ser tomado da Palavra de Deus". João Calvino


Rodrigo Cesar Nogueira

domingo, 6 de março de 2016

“Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1 Tessalonicenses 4.3)


Muitas pessoas afirmam que, ao morrer, vão para o céu. Ocorre que poucos param para considerar que o céu é essencialmente um lugar santo, seus habitantes são santos e suas ocupações são santas. O que faria uma pessoa não santificada no céu, supondo-se que em tal condição pudesse entrar? Essa pessoa seria eternamente infeliz, pois estaria fora de seu ambiente. É como se o peixe em terra seca ou a águia em uma gaiola pudessem ser felizes.
Desta forma, é evidente que, para uma pessoa salva pela graça de Deus ser feliz no céu, ela deve passar por um processo educativo aqui na terra que a capacite a entrar e desfrutar da comunhão eterna com nosso Deus Santo. Para sermos santos na glória devemos ser santos na terra. É isto que Deus requer de nós agora: “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, não com o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus;” (1 Tessalonicenses 4.3 a 5).
Assim, estar pronto requer um processo de santificação, pois o Dia do Senhor está próximo. “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.” (João 5.28 e 29).
Paulo ensina que “importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.” (2 Coríntios 5.10). Quando estivermos perante o tribunal de Cristo, devemos apresentar evidências da nossa fé genuína e real em Cristo Jesus, e a única evidência que satisfará ao Juiz será a santificação.
Que nunca nos esqueçamos deste ponto. Se existe algo que ocorrerá, certamente será o Dia do Juízo de Deus, e neste dia as obras e os feitos dos homens serão examinados. “Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras.” (Apocalipse 20.13).
Como disse J. S. Baxter que “nenhum assunto que já ocupou os pensamentos dos crentes pode ser mais urgente do que o da santificação pessoal”, a começar hoje, estejamos prontos, fazendo a vontade de Deus, tendo comunhão crescente com nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, por meio de Sua palavra e ministração do Espírito Santo, “porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação.” (1 Tessalonicenses 4.7).

 Rodrigo Cesar Nogueira

sábado, 5 de março de 2016

PRECIPITAR-SE AO FALAR

          Em muitos momentos de nossas vidas nos deparamos com situações difíceis, naturalmente impossíveis de serem transpostas ou resolvidas, pelo fato de precipitarmo-nos ao agir, especialmente ao falar. Precipitar-se significa não refletir ou não pensar antes de agir; apressar-se; agir imprudentemente.
            Na bíblia, encontramos a triste história do voto de Jefté, o qual se precipitou ao falar: “Fez Jefté um voto ao Senhor e disse: Se, com efeito, me entregares os filhos de Amom nas minhas mãos, quem primeiro da porta da minha casa me sair ao encontro, voltando eu vitorioso dos filhos de Amom, esse será do Senhor, e eu o oferecerei em holocausto.”  Ocorre que Deus concedeu a vitória a Jefté, e este obrigou-se a cumprir o que votara ao Senhor: “Assim, Jefté foi de encontro aos filhos de Amom, a combater contra eles; e o Senhor os entregou nas mãos de Jefté.(...) Vindo, pois, Jefté a Mispa, a sua casa, saiu-lhe a filha ao seu encontro, com adufes e com danças; e era ela filha única; não tinha ele outro filho nem filha. Quando a viu, rasgou as suas vestes e disse: Ah! Filha minha, tu me prostras por completo; tu passaste a ser a causa da minha calamidade, porquanto fiz voto ao Senhor e não tornarei atrás.(...) Ao fim dos dois meses, tornou ela para seu pai, o qual lhe fez segundo o voto por ele proferido; (...). (ver Juízes 11.29-40).
            Em Deuteronômio 12.31 e 18.10 vemos que Deus nunca exigiu de seu povo sacrifício humano: “Não farás assim ao Senhor, teu Deus, porque tudo o que é abominável ao Senhor e que ele odeia fizeram eles a seus deuses, pois até seus filhos e suas filhas queimaram aos seus deuses.” “Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha...”
            Diante daquele triste fato verídico, a Palavra de Deus nos alerta sobre a precipitação ao falar, em especial no livro de Provérbios:
- Prov. 10.19: “No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente.”
- Prov. 10.21: “Os lábios do justo apascentam a muitos, mas, por falta de senso, morrem os tolos.”
- Prov. 10.32: “Os lábios do justo sabem o que agrada, mas a boca dos perversos, somente o mal.”
- Prov. 13.3: “O que guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios a si mesmo se arruína.”
- Prov. 15.23: “O homem se alegra em dar resposta adequada, e a palavra, a seu tempo, quão boa é!”
- Prov. 17.27: “Quem retém as palavras possui o conhecimento, e o sereno de espírito é homem de inteligência.”
- Prov. 18.13: “Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha.”
- Prov. 20.25: “Laço é para o homem o dizer precipitadamente: É santo! E só refletir depois de fazer o voto.”
- Prov. 21.23: “O que guarda a boca e a língua guarda a sua alma das angústias.”
- Prov. 29.20: “Tens visto um homem precipitado nas suas palavras? Maior esperança há para o insensato do que para ele.”
            Quando falamos precipitadamente, pecamos contra o Senhor, e o que nos resta é confessar esse pecado para sermos curados. “Não é bom proceder sem refletir, e peca quem é precipitado.” (Provérbios 19.2).
            Enfim, guardemos a Palavra de Deus em nossos corações, para que o temor do Senhor seja crescente em nossas vidas, e, assim, tenhamos sabedoria ao falar.

“Guarda o pé, quando entrares na Casa de Deus; chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal. Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu, na terra; portanto, sejam poucas as tuas palavras. Porque dos muitos trabalhos vêm os sonhos, e do muito falar, palavras néscias. Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. Cumpre o voto que fazes. Melhor é que não votes do que votes e não cumpras. Não consintas que a tua boca te faça culpado, nem digas diante do mensageiro de Deus que foi inadvertência; porque razão se iraria Deus por causa da tua palavra, a ponto de destruir as obras de tuas mãos? Porque, como na multidão dos sonhos há vaidade, assim também, nas muitas palavras; tu, porém, teme a Deus.” (Eclesiastes 5.1-7)


Rodrigo Cesar Nogueira