sábado, 5 de março de 2016

PRECIPITAR-SE AO FALAR

          Em muitos momentos de nossas vidas nos deparamos com situações difíceis, naturalmente impossíveis de serem transpostas ou resolvidas, pelo fato de precipitarmo-nos ao agir, especialmente ao falar. Precipitar-se significa não refletir ou não pensar antes de agir; apressar-se; agir imprudentemente.
            Na bíblia, encontramos a triste história do voto de Jefté, o qual se precipitou ao falar: “Fez Jefté um voto ao Senhor e disse: Se, com efeito, me entregares os filhos de Amom nas minhas mãos, quem primeiro da porta da minha casa me sair ao encontro, voltando eu vitorioso dos filhos de Amom, esse será do Senhor, e eu o oferecerei em holocausto.”  Ocorre que Deus concedeu a vitória a Jefté, e este obrigou-se a cumprir o que votara ao Senhor: “Assim, Jefté foi de encontro aos filhos de Amom, a combater contra eles; e o Senhor os entregou nas mãos de Jefté.(...) Vindo, pois, Jefté a Mispa, a sua casa, saiu-lhe a filha ao seu encontro, com adufes e com danças; e era ela filha única; não tinha ele outro filho nem filha. Quando a viu, rasgou as suas vestes e disse: Ah! Filha minha, tu me prostras por completo; tu passaste a ser a causa da minha calamidade, porquanto fiz voto ao Senhor e não tornarei atrás.(...) Ao fim dos dois meses, tornou ela para seu pai, o qual lhe fez segundo o voto por ele proferido; (...). (ver Juízes 11.29-40).
            Em Deuteronômio 12.31 e 18.10 vemos que Deus nunca exigiu de seu povo sacrifício humano: “Não farás assim ao Senhor, teu Deus, porque tudo o que é abominável ao Senhor e que ele odeia fizeram eles a seus deuses, pois até seus filhos e suas filhas queimaram aos seus deuses.” “Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha...”
            Diante daquele triste fato verídico, a Palavra de Deus nos alerta sobre a precipitação ao falar, em especial no livro de Provérbios:
- Prov. 10.19: “No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente.”
- Prov. 10.21: “Os lábios do justo apascentam a muitos, mas, por falta de senso, morrem os tolos.”
- Prov. 10.32: “Os lábios do justo sabem o que agrada, mas a boca dos perversos, somente o mal.”
- Prov. 13.3: “O que guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios a si mesmo se arruína.”
- Prov. 15.23: “O homem se alegra em dar resposta adequada, e a palavra, a seu tempo, quão boa é!”
- Prov. 17.27: “Quem retém as palavras possui o conhecimento, e o sereno de espírito é homem de inteligência.”
- Prov. 18.13: “Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha.”
- Prov. 20.25: “Laço é para o homem o dizer precipitadamente: É santo! E só refletir depois de fazer o voto.”
- Prov. 21.23: “O que guarda a boca e a língua guarda a sua alma das angústias.”
- Prov. 29.20: “Tens visto um homem precipitado nas suas palavras? Maior esperança há para o insensato do que para ele.”
            Quando falamos precipitadamente, pecamos contra o Senhor, e o que nos resta é confessar esse pecado para sermos curados. “Não é bom proceder sem refletir, e peca quem é precipitado.” (Provérbios 19.2).
            Enfim, guardemos a Palavra de Deus em nossos corações, para que o temor do Senhor seja crescente em nossas vidas, e, assim, tenhamos sabedoria ao falar.

“Guarda o pé, quando entrares na Casa de Deus; chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal. Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu, na terra; portanto, sejam poucas as tuas palavras. Porque dos muitos trabalhos vêm os sonhos, e do muito falar, palavras néscias. Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. Cumpre o voto que fazes. Melhor é que não votes do que votes e não cumpras. Não consintas que a tua boca te faça culpado, nem digas diante do mensageiro de Deus que foi inadvertência; porque razão se iraria Deus por causa da tua palavra, a ponto de destruir as obras de tuas mãos? Porque, como na multidão dos sonhos há vaidade, assim também, nas muitas palavras; tu, porém, teme a Deus.” (Eclesiastes 5.1-7)


Rodrigo Cesar Nogueira

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